Ona-pintada cruza durante o dia o posto da PRF, na BR-262, a 2 km do Bairro Dom Bosco. Foto: Divulgao
Avistamento do felino na cidade tem se intensificado nos ltimos anos: seca e queimada
Vizinha de uma regio densamente povoada de onas do Pantanal, Corumb ou a conviver nas ltimas dcadas com a presena do felino nas reas urbanas, seja por descaraterizao ambiental, grandes enchentes ou queimadas.
No h registros de ataques a humanos, porm a situao inusitada tem se repetido, com organizaes criando um grupo especializados para lidar com a visita dos animais e promover desde resgate, atendimento mdico e soltura.
Uma das reas de maior tenso a beira de rio, onde h ocupao irregular por famlias sem-teto. Os ncleos so situados nas encostas, entre uma densa vegetao nativa, o Rio Paraguai e a plancie pantaneira, onde o avistamento de ona-pintada testemunhado por moradores.
Pescadores e canostas j fizeram selfies com o animal repousando prximo margem do estreito Tamengo, canal que desagua no Paraguai ao lado da estrutura de captao de gua da Sanesul.
Mas as aparies do felino mostram que ele est ampliando seu territrio urbano. Duas onas-pintadas foram filmadas recentemente prximas ao posto da Polcia Rodoviria Federal (PRF), na BR-262, a 2 km do bairro Dom Bosco.
Em 2008, uma ona-parda invadiu o quintal de uma residncia no Bairro Aeroporto e foi resgatada. comum aparies entre a Avenida Rio Branco (o a Ladrio) e a encosta calcria prxima ao Rio Paraguai, regio densamente povoada.
Como lidar com a ona - Para especialistas, o caminho para uma convivncia segura e minimizao dos riscos de incidentes, visando a proteo das pessoas e dos animais, esclarecer a populao a tomar cuidados e formas de preveno em caso da presena do felino na borda da cidade.
Com este objetivo, a Fundao de Meio Ambiente do Pantanal iniciou esta semana a visita aos moradores da encosta para orienta-los sobre como agir ao se confrontar com a ona.
A ao comeou pela Cacimba da Sade, uma das reas mais densas e sem infraestrutura, como iluminao pblica. A equipe da fundao, coordenada pela biloga Marina Daibert e a veterinria Arleni Mesquita, ouviu relatos da presena de ona circulando prximas s residncias, com casos de predao de animais domsticos, principalmente noite.
Os moradores reclamam da escurido, fator que favorece a aproximao do animal.
O dilogo com os ribeirinhos urbanos, segundo a diretora-presidente da fundao, Cristina Fleming, faz parte das iniciativas educativas que sero realizadas em toda a extenso da orla invadida para orientar os moradores em caso de avistamento de ona, cujas pegadas so visveis em caminhos percorridos principalmente por crianas. Alm de orientaes para evitar a aproximao do animal, a populao recebeu buzinas de ar usadas para espant-lo.
Centro de reabilitao - A fundao tambm distribui um folheto de como agir com informaes bsicas, do tipo: se afaste devagar ao ver uma ona, no corra, sem movimentos bruscos; evite deixar as crianas brincando fora de casa, principalmente ao anoitecer; no deixe o lixo espalhado e evite descarte de animais mortos; grite, bata palmas, use luzes, ilumine seu quintal (ona no gosta de barulho e claridade); recolha os animais domsticos e os mantenha em local seguro.
Uma das recomendaes manter a calma e acionar de imediato os rgos competentes, como a PMA (Polcia Militar Ambiental), adianta Cristina. Ela informou que a prefeitura de Corumb reativou o Centro de Atendimento Emergencial a Animais Silvestres, na sede da fundao, e est construindo um Centro de Reabilitao de Animais Silvestres do Pantanal (semelhante ao Cras de Campo Grande), com recursos (R$ 5 milhes) do Governo do Estado.
FONTE: Silvio Andrade - Campo Grande News